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Redução da jornada semanal com dois dias de descanso vai a Plenário

Atualmente, a PEC 148/2015 ainda está longe da aprovação final, e recomendamos monitorar o tema e iniciar avaliações internas sobre possíveis ajustes.


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A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou nesta quarta-feira (10) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 148/2015, que reduz de forma progressiva a jornada máxima semanal no país até o limite de 36 horas, além de garantir dois dias de descanso remunerado, preferencialmente aos sábados e domingos.


Com a aprovação na CCJ, a PEC será analisada agora pelo Plenário do Senado em dois turnos. Se aprovada, seguirá para a Câmara dos Deputados.


A proposta determina transição ao longo de quatro anos: logo no ano seguinte à promulgação, o limite cai de 44 para 40 horas semanais; depois, reduz uma hora por ano, até chegar a 36 horas. A jornada diária segue limitada a oito horas, com a preservação de acordos de compensação quando definidos por negociação coletiva. A redução não poderá implicar diminuição salarial.


O relator, senador Rogério Carvalho (PT-SE), destacou que a mudança atende a demandas atuais de bem-estar, produtividade e saúde. A jornada 6x1, ainda comum em muitos setores, tem sido apontada por especialistas como geradora de fadiga, maior risco de acidentes e impactos negativos na vida social. Segundo pesquisa do DataSenado citada no relatório, 84% dos trabalhadores acreditam que jornadas menores melhorariam a qualidade de vida.


Para o autor da PEC, senador Paulo Paim (PT-RS), a medida também gera benefícios ao setor produtivo ao reduzir a dependência de horas extras e permitir melhor distribuição do trabalho. Estudos citados no parecer mostram resultados positivos em experiências recentes de redução de jornada na Espanha e em Portugal, com ganhos de produtividade e geração de novos empregos.


O tema foi amplamente discutido em audiências públicas no Senado, com a participação de representantes do governo, empresários, centrais sindicais, juristas e especialistas em saúde do trabalho, com a garantia de base técnica para a proposta.


Etapas que ainda faltam para a PEC ser totalmente aprovada


1. Votação no Plenário do Senado — 2 turnos

Agora que a CCJ aprovou apenas a constitucionalidade, a proposta vai para o Plenário do Senado:


  • 1º turno: precisa de 3/5 dos senadores

  • 2º turno: novamente 3/5 dos senadores


Se for aprovada nos dois turnos → vai para a Câmara dos Deputados.


2. Análise pela Câmara dos Deputados

Quando chegar na Câmara, todo o processo recomeça:


2.1. Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara

  • Avalia constitucionalidade e mérito

  • Pode sugerir alterações


2.2. Comissão Especial

  • Realiza audiências, debates e votações

  • Elabora um relatório final


2.3. Plenário da Câmara — 2 turnos

  • Precisa de 3/5 dos deputados em cada turno


Se aprovada sem alterações → vai para promulgaçãoSe houver mudanças → volta para o Senado para nova análise


3. Promulgação da PEC

Como é uma alteração da Constituição, não vai para sanção presidencial.


É promulgada pelo:

  • Presidente do Senado

  • Presidente da Câmara

E entra na Constituição.


4. Implementação gradual após a promulgação

A redução só entra em vigor no ano seguinte à promulgação, seguindo aquelas etapas:

1º ano → 40h

2º ano → 39h

3º ano → 38h

4º ano → 37h

5º ano → 36h (total)


Projeção realista

Mesmo com boa vontade política, PECs demoram.


Um cenário otimista seria:

  • Aprovação no Senado: ainda em 2025

  • Análise e aprovação na Câmara: 2026 ou 2027

  • Promulgação: 2027/2028

  • Entrada em vigor do 40h: 1º janeiro do ano seguinte

  • Chegada ao limite de 36h: ~2031 a 2033

Ou seja: nada muda no curto prazo.



O que muda na prática para as empresas


A PEC não altera imediatamente, mas cria uma transição de 4 anos após a promulgação:


1º ano após a promulgação

  • Jornada semanal máxima passa de 44h → 40h


Nos 3 anos seguintes

  • Redução de 1 hora por ano, até chegar ao limite de 36 horas semanais


Outros pontos importantes

  • Proibida redução salarial

  • Jornada diária continua limitada a 8 horas

  • Mantida a possibilidade de compensação, mas apenas via negociação coletiva

  • Garante 2 dias de descanso remunerado, preferencialmente sábado e domingo


Impactos reais no dia a dia das empresas


1. Adequação das escalas de trabalho

Empresas que operam em:

  • Escalas 6x1

  • Turnos ininterruptos

  • Atendimentos estendidos

  • Produção industrial


terão que rever totalmente suas escalas, já que com menos horas semanais ficará mais difícil fechar as cargas horárias atuais sem contratar mais pessoas.


Exemplos práticos:

  • Escala 6x1 com 7h20 por dia deixa de fechar 44h → terá que ser reestruturada.

  • Lojas de varejo com longas jornadas terão impacto grande.


2. Possível aumento de custos (curto prazo)

Mesmo sem redução salarial, as empresas precisarão:

  • Contratar mais funcionários para cobrir a mesma operação

  • Reduzir reliance de horas extras, que ficarão mais caras por serem mais necessárias para fechar a operação

Impactos típicos:

  • Setores como comércio, alimentação, logística e indústria devem sentir mais.


3. Reestruturação de contratos e políticas internas

As empresas precisarão revisar:

  • Contratos de trabalho com jornada definida

  • Acordos de compensação

  • Regras de horas extras

  • Banco de horas

  • Pontos e escalas no sistema de RH

  • CCTs e ACTs (que terão papel ainda mais importante)


4. Impacto na produtividade

Embora haja redução da carga de trabalho, o relator defende que:

  • Empregados descansados produzem mais

  • Reduz fadiga e absenteísmo

  • Diminui acidentes de trabalho

  • Melhora retenção e engajamento

Empresas mais organizadas podem ver ganho real de produtividade.


5. Alteração no custo operacional e planejamento estratégico

Você terá que apoiar clientes em:

  • Simulações de novos custos de folha

  • Impactos no DRE, margem e EBITDA

  • Dimensionamento de equipe

  • Revisão de modelos de operação

  • Adequações para manter produtividade (automação, revisão de processos, etc.)


Quais mudanças as empresas terão que implementar?


Aqui vai um checklist prático:

✔ Ajustar jornadas semanais e diárias

  • Redesenhar escalas para caber dentro da carga horária menor


✔ Rever a quantidade necessária de empregados

  • Estudo de capacidade produtiva com a nova jornada


✔ Atualizar sistemas de ponto, folha e ERP

  • Parametrização de jornadas, cálculo de horas extras e descanso semanal


✔ Revisar acordos coletivos

  • Negociar compensações permitidas

  • Reestruturar regimes de turnos


✔ Ajustar contratos individuais de trabalho

  • Atualizar cláusulas de jornada

  • Formalizar novos horários


✔ Criar novos fluxos e processos internos

  • Planejamento de turnos

  • Controle de jornada

  • Regras de pausa e descanso


✔ Reavaliar custos

  • Orçamento anual

  • Preços de produtos e serviços

  • Impacto em margem e produtividade


Setores que mais serão impactados

  • Varejo

  • Indústria

  • Supermercados

  • Restaurantes e bares

  • Hospitais e clínicas

  • Logística

  • Construção civil


Fonte: Agência Senado e Time Teruel


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